"Guarde somente as coisas que você gosta, materiais, emocionais e espirituais."



Muita calma nessa hora

Minha mãe está com a memória seletiva e ultimamente não é ela quem tem o domínio dessa seleção. Nos momentos mais inusitados vem aquele "branco" e as imagens somem da sua cabeça. Penso que devido à idade seu cérebro desidratou e enrugou como a sua pele.
Ela tem feito coisas que até eu duvido, esquecido palavras que disse cinco minutos antes e trocado objetos por coisas muito estranhas, tipo, detergente no lugar do óleo do feijão, creme dental espalhado no rosto em vez de creme hidratante e outras coisas inacreditáveis que me fazem rir pra não chorar.
O melhor é que ela faz questão de fazer sozinha alguns trabalhos que dependem de muito esforço mental pra serem executados. Cozinhar é um deles. Já colocou vasilhas de plástico no fogo e até acabou estourando a tampa de vidro do fogão por abaixá-la com o fogo ligado. 
O que eu faço é monitorá-la vinte e cinco horas por dia.

Ontem mesmo resolveu servir sopa para o meu filho jantar... com garfo.
Quando ele pediu a colher ela respondeu: "mas tái dentro da macarronada"

!?!

Momento tosco


Deus é simples

Acordei irrittada, dando "patada" até nos gatos que amo.
Revoltada. A depressão deu lugar à ira.
Então Deus veio falar comigo... Uai, porque o espanto, Deus não fala contigo?
Continuando... Ele me olhou com carinho e eu questionei onde Ele estava ontem que eu falava e Ele não me ouvia.
Ele respondeu: "Filhinha, desde a sua primeira tentativa de oração Eu já estava te ouvindo."
-Poxa, Deus, Eu rezei não sei quantos terços, fiquei em adoração no SS, falei, falei, falei e você diz que minhas orações foram "tentativas"?
"Então tá bom", e pensei: "mas hoje me aguentem..."
Foi quando Ele falou, "Você está repetindo a ingratidão que acha que fizeram contigo."
- Mas Pai (fui mais doce), o que eu fiz de mal pra merecer tanto sofrimento?
Então veio na minha mente a imagem de Jesus crucificado. Ah, outra vez Deus usando a mídia pra me fazer entender!
Deus é simples e prático, quando demora pra cair minha ficha Ele bota um filme.
Sem Ele dizer mais nem uma palavra lembrei que Jesus amou tanto o mundo e o crucificaram.
Então me aquietei, quando não posso fazer mais nada, devo esperar o Tempo de Deus.

Dor de garganta

Dr House tratando dor de garganta
Eu sempre achei que filhos deveriam nascer com manual de instruções, já que a gente não pode fazer faculdade especializada para pais e só aprende depois que já somos.
Talvez seja por essa razão que em algumas culturas o primogênito recebe grandes regalias. Tem lógica, afinal ele é usado como cobaia em experiências na qual os pais aprendem a criar e educar os outros filhos.
Não quero dizer com isso que filho é tudo igual, pelo contrário, são individuais, e mesmo quando se trata de gêmeos a personalidade de cada um é diferente e a educação nem sempre funciona quando se usa a mesma fórmula.
Outra agravante na difícil tarefa de criar esses “filhotes” é que na cabecinha deles não importa como os pais se esforçam, façam de um jeito ou de outro estarão sempre errados. Bem... até o dia em que eles tiverem seus próprios filhos.
Com o meu moleque não é diferente, a culpa de tudo que acontece é sempre da mãe ou da mãe da mãe, a avó, porém quando a coisa aperta e ele não sabe o que fazer, corre pedindo ajuda.
Adivinha pra quem?...
Hoje ele chegou pra mim reclamando que estava com dor de garganta e eu disse pra ele passar um remedinho. 
Expliquei detalhadamente para que não houvesse erro: - Amor, passa um pouquinho de Cataflan Gel do lado de fora da garganta, no pescoço. Vai melhorar a dor e nem vai precisar tomar o comprimido.
Ele respondeu com ironia: “- Do lado de fora, né? Ainda bem que você avisou!”
Eu nem respondi e continuei com os meus afazeres.
Dai uns cinco minutos fui ver o que ele estava fazendo e o encontrei com o pescoço, queixo e orelhas totalmente melecados. Deve ter usado mais de meio tubo de gel.
Então falei: - Rodrigo, você passou muuuuito gel!
Ele respondeu: - É pra sarar muuuuito depressa!
Dããã!

Quem ama chama

Minha mãe na juventude foi uma mulher religiosa, porém não muito fanática, assim, como a maioria dos católicos, apenas não faltava às missas de domingo e às vezes participava em alguma quermesse. 
Nossa, que antigo! Vou ter que explicar o que é isso: falando de um modo simples, quermesses eram festas paroquiais, realizadas geralmente no dia do santo padroeiro, compostas por manifestações e comidas típicas, barracas e sorteio de prêmios, semelhante aos “bingos” que realizamos hoje. Olha que eu nem pesquisei no Google... mentira, colei do Wikipédia. He, he, he... 
Ela, minha mãe, teve um problema de saúde e deixou de sair de casa, por isso não me levava à igreja e quando eu estava na idade de fazer a catequese nos mudamos aqui pra Miranda e o tempo foi passando com minha educação religiosa se limitando às orações de Pai Nosso e Ave Maria e o famoso “Santo anjo do Senhor, meu zeloso guardador...” que toda mãe acha que basta pra criança ficar livre dos capirôtos do mundo.
Porém os planos de Deus nem sempre são compreensíveis e não sei por que motivo, causa, razão ou circunstância eu sempre fui muito carola, desde pequenininha. Também desde sempre fui apaixonada pelas músicas do Roberto Carlos, mas uma coisa não tem muita ligação com a outra. Como diz o meu amigo Pe. Paulinho, uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa, a não ser pelo fato dele, o Roberto, ter em seu repertório várias músicas religiosas.
Então voltando no tempo, ainda em São Paulo, me lembro que eu pedia pra minha tia me levar na igreja porque lá eles cantavam algumas músicas do Roberto como “A montanha”, Jesus Cristo”, etc... Isso pra mim era o céu!
Nos anos 80, aqui em Miranda não tinha muitas atrações de diversão e o lugar mais frequentado era o Cine Marabá, localizado onde hoje é o shopping em frente à Praça Agenor Carrilho. Todo domingo na sessão das 19h lotava o cinema e nos dias de semana reprisava o filme do domingo. Mesmo na maioria das vezes já tendo assistido ao filme, os alunos do EERP matavam aula saiam disfarçadamente da escola pra assistir a reprise, pois “valia a pena ver de novo”, não pelo filme, mas pela quebra das regras ditadas pelos pais e professores. Rebeldia natural de adolescente.
Eu, confesso que algumas vezes também consegui escapar do olhar atento da dona “Xepa”, que na época era inspetora de alunos, e fui junto com  a turma pro cinema, mas isso não me dava a sensação de liberdade que eu percebia neles.
No domingo eu também ia ao cinema e quando terminava o filme e eu saía para dar umas voltas na pracinha antes de voltar pra casa via as pessoas saindo da igreja. Isso me dava vontade de estar no meio deles, mas o horário coincidia e se eu deixasse a “turma” pra ir rezar me excluiriam da “tribo”, como um ser de outro planeta que não fala a mesma língua.
Difícil escolha naquela idade, porém pra não pensarem que eu era anormal comecei a dizer que ia ver o filme e entrava na igreja disfarçadamente (como se fosse possível), assistia (hoje participo, o que é diferente) a missa, dava o dinheiro da entrada do cinema no ofertório e voltava pra casa feliz da vida.
Até que um dia minha mãe desconfiou (como mãe descobre essas coisas só fui saber depois que meu filho nasceu) e perguntou como tinha sido o filme.
Ai Jesuis, pensei, e agora?
Então imaginando que minha mãe não conhecesse nada de bíblia comecei a narração:
“Bom, era a história de um carinha que não tava contente em casa e pediu uma grana pro pai e então fugiu com um monte de namoradas, levou uma vida bem legal até que a grana acabou, as mulheres deram no pé e ele voltou pra casa pixado. O pai de tão feliz fez uma “puta” festa (desculpe mas eu falava assim), só que o irmão dele deu pity. Como o pai dele era um cara sabido pádaná ele conseguiu convencer os dois a fazerem as pazes e viveram felizes para sempre.”

Minha mãe, que no meio da história já estava com cara de poucos amigos falou finalmente: “Sei não, tá mais parecendo com a parábola do filho pródigo.”
E eu, com essa carinha de santa que Deus me deu, respondi:
- Pois é, mãe, esses caras de cinema não têm mais ideias novas pra fazer filme e agora começaram até a copiar da bíblia.

Contornei! Rsrsrs.

Cantada failed

A insensibilidade exagerada dos homens muitas vezes chega a incomodar até a mais paciente das devotas de Santa Mônica.
É comum passarmos em frente de alguma obra em construção e ouvirmos o famoso comentário: “- Gostosaaaaa!”.
O que os homens não sabem é que essa palavra tem a seguinte conotação: “ESTOU GORDAAAAA”.
Até aí é suportável. As mais otimistas procuram levantar o ego um tanto decaído, de forma positiva, frequentando mais assiduamente a abandonada academia ou pelo menos praticando uma caminhada de quarenta minutos e trinta e cinco segundos, três vezes por semana, e fica tudo bem.
Outras, com a autoestima já abalada por constantes “elogios” desse porte, acabam se tornando depressivas e agravam a situação aumentando o consumo de doces, chocolates e refrigerantes. O que me parece que aos olhos de alguns homens causa apenas um aumento de “gostosura”. (Aqui não vamos falar sobre problemas de saúde ligados ao colesterol; fugiria do tema principal.)
Então percebemos que temos dois grupos de mulheres.
(As baranguinhas que gostam de vulgaridades estão automaticamente excluídas porque achariam esses elogios o “Ó”).
Eu faço parte do primeiro grupo e tento (nem sempre com muito êxito) manter a forma.
Porém em uma das minhas caminhadas (leia-se pedaladas) me encontrei em uma situação onde o que deveria ser um elogio acabou sendo pior do que ser chamada de gorda.
Estava eu de bicicleta pelas ruas da cidade quando ao passar em frente um bar, tocava no rádio uma “música inédita”, gravada por Milionário e José Rico, denominada Telefone Mudo. Pude escutar somente o trecho: “... já estou cansado de ser o remédio, pra curar o seu tédio...” e fui seguindo meu caminho pensando em como as rimas de algumas músicas são engraçadas e...
Quando de repente ouvi o comentário de um frequentador do tal bar:  -“Ôôô, REMÉDIOOOO!”.
Instintivamente virei para trás e, pasmem,  o “desinfeliz” estava olhando para mim e com cara de quem estava arrasando na cantada.
É prá cabá!

Sei que para os homens, tentar agradar as mulheres não é fácil e, convenhamos que para nós entendermos esses bichos estranhos seres adoráveis do sexo oposto, também é complicado, mas se fosse fácil chamaria Miojo e não relacionamento, porém em tudo há um limite.

É simples e fácil de entender: sermos chamadas de gostosas pelos nossos maridos ou namorados podemos aguentar, mas evitem nos chamar de “MÃE”, “VÉIA” ou coisa semelhante.
Agora, nem tentem fazer experiências nos quais desconheçam os efeitos colaterais, porque chamar uma mulher de “REMÉDIO” é o mesmo que desencadear a ativação automática da transmutação de gatinha dócil para onça pintada prestes a atacar.
Muito cuidado nessa hora!

Deixe o barro secar

Tem dias que tudo aborrece, a TPM aparece e por causa de pouca coisa a gente se entristece e a raiva acontece.
E nem sempre lembramos de deixar o “barro secar” antes de tomar alguma atitude impensada.
Não conhecem a parábola? Então aqui vai:

DEIXE O BARRO SECAR

"Certa vez uma menina ganhou um brinquedo no dia do seu aniversário.
Na manhã seguinte, uma amiguinha foi até sua casa para fazer-lhe companhia e brincar. Mas a menina não podia ficar com a amiga, pois tinha que sair com a mãe.
A amiga pediu que a menina a deixasse ficar brincando com seu brinquedo novo até que ela voltasse. Ela não gostou muito da ideia, mas por insistência da mãe, acabou concordando.
Quando retornou para casa, a amiguinha já não estava lá e tinha deixado o brinquedo fora da caixa, todo espalhado e quebrado.
Ela ficou muito brava e queria ir até à casa da amiga para brigar no mesmo instante.
Mas a mãe ponderou:
- Você se lembra daquela vez que um carro jogou lama no seu sapato? Ao chegar em casa você queria limpar imediatamente aquela sujeira, mas sua avó não deixou. Ela falou que você deveria primeiro deixar o barro secar. Depois, ficaria mais fácil limpar...
E prosseguiu dizendo:
- Com a raiva é a mesma coisa. Deixe a raiva secar primeiro, depois ficará bem mais fácil resolver tudo.
Mais tarde, a campainha tocou: era a amiga trazendo um brinquedo novo... Disse que não tinha sido culpa dela, e sim de um menino invejoso que, por maldade, havia quebrado o brinquedo quando ela brincava com ele no jardim.
E a menina respondeu:
- Não faz mal, minha raiva já secou!
Discussões no dia-a-dia, nos relacionamentos e no trabalho podem levar as pessoas a ter sentimentos de raiva. Segure seus ímpetos, deixe o barro secar para somente depois limpa-lo. Assim você não corre o risco de cometer injustiças."

... de cometer injustiças, de magoar alguém, de ser cruel, de falar coisas que não queria... Tudo isso e mais um pouco.

Gostou? Ainda não acabou...

Gostou? Ainda não acabou...
 
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