"Guarde somente as coisas que você gosta, materiais, emocionais e espirituais."



Caça ao cururu

Eu tenho escutado por essas rodas de tereré da vida, histórias emocionantes de aventuras no pantanal que botam o Indiana Jones no chinelo e isso me deixa quase deprimida por ser a única pessoa nas redondezas que tem uma vida monótona, que nunca sai da rotina casa-mercado-domingo-na-igreja. Mas o fato que vou contar me deu a certeza que o que faz a história ficar interessante não é tanto o acontecimento em si, mas a maneira como são narrados os detalhes.
Eu estava em casa tentando limpar o chão da lavanderia quando me deparei com o Sr Sapo se banhando calmamente na vasilha de água dos meus gatos. Mas, a surpresa não foi o dito cujo ter feito de banheira o tal pratinho, o que me deixou mais chateada foi que ele trouxe toda a família. É serio, encontrei perto da “Brastemp”, seus três bebês sapinhos, não tanto bebês mas adolescentes da espécie, pelo que notei todos gêmeos, aguardando o banho do papi-sapo.
Eu, enfurecida, me armei de coragem e com uma sacolinha de mercado enrolada na mão e parti para a captura de tão horrenda família. Tá, eu sei que poderia ter jogado água fervendo, Q-boa ou qualquer outro produto e espantado ou até matado os bichos, mas sou contra a violência e afinal de contas sapos comem escorpiões e insetos (não, eu nunca vi um escorpião por aqui, mas por via das dúvidas...).
Fui pegando de um em um (ecaa), com a intenção de jogá-los no bueiro que passa em frente de casa. O bueiro é em declive então não conseguirão subir de volta e é por onde corre a água da chuva então provavelmente os anfíbios se sentirão em casa.
Quando estou na metade da caça aos cururus aparece minha mãe que vendo a façanha quis como sempre ajudar. Ela pegou uma mangueira de água pra empurrar os sapos. Com a água, não com a borracha da mangueira, rsrsrs. Ao juntar uma grande quantidade de água na valeta, ela empurrou a “enxurrada” com uma vassoura. Até aí tudo bem, se eu não tivesse agachada na boca do bueiro tentando fazer o terceiro bebê-sapinho entrar pelo cano, literalmente. Bom, não preciso dizer mais nada, pois já dá pra imaginar o banho que tomei e ela ainda riu dizendo que “se não tivesse tão gordinha a sapona teria ido junto pro buraco”. Fazer o que? Essa é a única mãe que eu tenho... Mas é a melhor mãe do mundo.

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