"Guarde somente as coisas que você gosta, materiais, emocionais e espirituais."



Feijão da falecida

Há tempos eu venho tentando descobrir uma fórmula secreta de agradar o paladar dos homens lá de casa e confesso que não tenho tido muito sucesso, pois nada que coloco à mesa parece merecedor de elogios. Me sinto até um pouco desanimada, acreditando que o erro está em mim e que aquele gene de culinária que mencionei aqui realmente não faz parte do meu D.N.A.
Eu sempre digo que nunca prometi ser uma boa cozinheira, mas fico chateada quando passo horas na beira do fogão achando que estou arrasando e quando os bonitinhos chegam pra almoçar engolem a comida com cara de quem “comeu e não gostou”.
Hoje, como todo domingo fui à missa e entre uma conversa e outra acabei me atrasando para fazer o almoço. Me desesperei quando cheguei em casa e vi o horário, então  corri pra cozinha, cortei uma carne rapidinho e enquanto fritava coloquei uma mandioca na panela de pressão pra ir mais rápido, rsrsrs, botei o arroz pra cozinhar dentro da carne e fiz uma salada básica de tomate e alface...
Carreteiro com mandioca e salada, foi o que consegui fazer antes do mais-que-tudo chegar. Com cara de gato que derrubou o pote servi o prato dele já esperando as críticas. Qual não foi meu espanto quando ele disse, respirando fundo depois de comer e repetir o prato: “- Hoje você caprichou, hein, tá uma delícia!”.
Eh ahh! Meio sem acreditar no que tinha escutado me lembrei da história do feijão da falecida. 
Meu pai me contava que um homem ficou viúvo e se casou de novo, mas a segunda mulher por mais que caprichasse nunca conseguia fazer o feijão da maneira que a falecida fazia. Ela caprichava, colocava temperos, fazia mil e uma e o marido sempre reclamava que não estava bom. Um dia ela descuidou por um momento e o feijão queimou. Ela quase se descabelou imaginando que agora sim o marido ia ficar furioso. Mas ao contrário do que ela temia ele disse: - “Hoje você fez o feijão igual o da falecida”.
Pois é, nem sempre o erro está em nós, pode ser que o outro tenha experiências diferentes e por isso outros gostos. O melhor nesses casos é perguntar de que maneira ele gosta do “feijão”.

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