"Guarde somente as coisas que você gosta, materiais, emocionais e espirituais."



Perde-se a identidade se não tiver na mão o comando da TV?

j0431695 Queridos amigos e amigas, estou aqui atendendo a convites inúmeros para que não se desesperem, não se descabelem nem queiram jogar-se do primeiro andar de qualquer prédio. A síndrome do controle remoto tem cura, sim! Basta ser perseverante, obstinada, meiga e docinha, e vocês não mais verão aquela simbiose perfeita: homem, sofá, controle remoto!

Podemos convencer esse espécime de que ele sobrevive por si só, sem precisar amparar-se num objeto frio, escuro, cheio de botões, letras e números. Podemos conscientizá-lo de que ele continuará sendo um homem, com o mesmo status que se dá a esse ser, desde que ele entenda algumas coisinhas básicas que no dia-a-dia ele não encontra tempo para pensar.
Este estudo já se encontra publicado em meu livro que vocês podem encontrar nas livrarias (nas estantes de alta ajuda!) a preços módicos, ou ainda adquiri-lo aqui no blog com descontos fantásticos. Façam contato com a Tânia, nossa anfitriã e promotora do evento, e adquiram o:
Tratamento de desobsessão para homens que sofrem de remoticulus controlem compulsivo,
Pode parecer um tratamento complicado à primeira vista, mas creiam que é o único já testado e aprovado segundo normas da Associação das Esposas Abandonadas ou Trocadas por um Controle Remoto (AEATCR). Claro que nem todos os homens podem reagir de maneira idêntica. Alguns podem requerer tempo maior de treinamento de desobsessão. Outros, devo confessar, são considerados “caso perdido” e não há tratamento eficaz para o mal. A única solução, drástica, será apresentada no final da palestra.
O tratamento convencional leva de quatro a oito semanas. Todas as regras devem ser repetidas como um tratamento homeopático: uma dose de cada “conscientização” a cada duas horas. Aconselha-se repetir os fundamentos dessa conscientização mesmo durante o sono do homem – é na fase do sono que os conceitos são melhor assimilados.
Podem acontecer episódios de rejeição ao tratamento. Nesse caso, é conveniente espaçar o intervalo entre as dosagens. Em casos mais raros há registros de efeitos colaterais: choro convulsivo, perda de identidade, síndrome do pânico, insegurança, sensação de “mãos inúteis”, etc. Não se desesperem: são efeitos esperados e que tendem a desaparecer rapidamente (em três ou quatro anos).
A conscientização deve ser feita da seguinte forma: fale em voz baixa e pausada: lembre-se que ele é uma pessoa doente, obcecada por um aparelho, por isso seja cuidadosa. Não se esqueça de colocar carinho na voz e nos gestos: ele é dependente do objeto já mencionado, e a síndrome da abstinência pode ser traumática. Lembre-se da frase daquele guerrilheiro que, mesmo não tendo conhecido o satânico objeto aqui referido, já previa o futuro da sua espécie: “Hay que endurecer, pero sin perder la ternura”.
Vamos, então, ao tratamento propriamente dito: 1356243-4122-it2
O primeiro passo é convencer o homem que o aparelho de controle remoto é parte integrante da TV e não do próprio corpo do homem:
*convença-o de que ele pode sobreviver sem permanecer com o controle remoto nas mãos: seja firme e calma para que ele sinta-se seguro (e não amputado).
*mostre-lhe a diferença entre um controle remoto e o aparelho de telefone, antes que ele, pela milésima vez, atenda o controle remoto e fique irritado por ninguém responder.
*prove que o almoço e o jantar dispensam o controle remoto: ressalte a vantagem de se ter as mãos livres para poder segurar talheres, copos, servir-se, etc...
*lembre-o que no banheiro não há TV, portanto é desnecessário levar o amado controle para o banho.
*apresente alternativas para que ele continue a fazer os mesmos movimentos com os dedos, porém em outros aparelhos: substitua o controle remoto por arrebentar bolhas de plástico, tocar gaita de fole, trombone, jogar bolinha de gude, apertar parafusos, trocar lâmpadas, etc... tudo que também requeira muito raciocínio!
*se ele apresentar insônia nas primeiras noites do tratamento, dê-lhe chá de erva-cidreira, suco concentrado de maracujá e toda e qualquer coisa que provoque sono. Se nada disso funcionar, conte-lhe uma longa piada – o efeito é fulminante!
*apresente os filhos a ele e explique que crianças funcionam diferente de controle remoto: elas não têm botões, se forem apertadas com força podem ser machucadas e, principalmente, não se deve jogá-las contra a parede quando o time dele perde o jogo.
Se após todo esse trabalho você não obtiver nenhum resultado (ou se o resultado for próximo a zero), não se desespere. Coloque o homem em uma caixa como se ele fosse um controle remoto, mas uma caixa bem grande (um caixão, na verdade). Despache-o no primeiro vôo para Timbuctu e JAMAIS coloque seu nome e endereço no remetente.
Queridas amigas e companheiras, espero que tenham sucesso na empreitada e que não precisem apelar para a solução drástica. As apostilas (ilustradas) poderão ser adquiridas graciosamente no saguão principal, à saída deste recinto. O livro, com a explicação detalhada dessa técnica revolucionária, poderá ser adquirido sem tanta graciosidade, mas com descontos que são uma gracinha!
Uma boa noite e boa sorte a todas. Milhões de beijinhos, companheiras!
Neusa
(Blog Rasuras Sobreviventes)

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