"Guarde somente as coisas que você gosta, materiais, emocionais e espirituais."



14 de maio


Certos diálogos assumem surpreendentes características e demonstram cruelmente, realidades as quais- no estresse diário- nós não mais os percebemos e, principalmente alertam para a necessidade de revermos conceitos e atitudes do dia-a-dia tão importantes para o nosso equilibro emocional e que se escondem nos detalhes mais corriqueiros.
Exemplo? Acompanhem este curto e grosso diálogo, entre a esposa gentil e educada e o seu marido, logo de manhã ao acordarem.

-Benzinho, sabe que dia é hoje?- Pergunta a mulher com voz meiga e insinuadora.

-Que dia o quê? - ignora o marido.

-Meu querido, calma. Sem chiliques. Deixa eu te fazer uma massagem relaxante;

-Então, vamos ao que interessa, meu chá de camomila! Alonga minha musculatura.

-Já sei amor. Mas é massagem relaxante. O que você está pensando é outra coisa, não é queridinho? Vamos dar os nomes certos, para as coisas certas. Eu falei massagem, mesmo!O que você está insinuando é...

-Chega professora, Kama Sutra. Faz, alonga... (novamente, risos!).

-Lógico amor, mais enquanto eu faço, diz pra mim: que dia é hoje, querido?

-Depois eu lembro;

-Eu lembro pra você, hoje é dia quatorze de maio;

-Certo, quatorze de maio, amanhã e dia quinze, depois dia dezesseis, mais continua;

-Êta, homem sem graça, não faço mais nada;

-Está bom desculpe;

Os dois se levantam e ele a segura pelo braço e a arrasta até sua escrivaninha, liga o computador, vai à sua agenda e vê que no dia quatorze de maio é dia de pagar a luz, o Iptu, telefone e o cartão de crédito. Vira-se para a esposa e pergunta:

-Até que horas mesmo é possível pagar estas contas?

-Até as vinte e uma horas, mais ainda não são, nem nove horas da manhã.

-É mais eu vou pagar logo isto, depois da massagem, ta queridinha?

-Negativo, acabou massagem, sacanagem, acabou tudo;

-Mais benzinho. Ta bom eu pago só à noite. Vem aqui...

-Tira a mão de mim “seu” sem graça, chato, você perdeu o romantismo, a memória, nosso casamento está um lixo.

-Lixo? Eu acabo de acordar, você me pergunta que dia é hoje, a gente descobre que é quatorze de maio...

-A gente é uma ova, eu disse que era!

-Ta bom, grandes coisas você se lembrar que dia é hoje, porque eu é que me lembro o dia de pagar um monte de despesas e, me disponho a pagar, e agora você fica histérica, por quê? Se eu pago tem briga, se não pago tem briga, também. Estou ficando de saco cheio deste nosso relacionamento;

-Então, pé na rua. Telefona pra aquela tal de Lílian;

-Não, Lílian outra vez, não;

-Então para a Martinha ou Judith;

-Mas são as minhas primas. Você é um saco!

-Priminhas que você já levou pra cama. Você já comeu sim!

-Meu Deus, como você tem a cabeça doente;

-É melhor ter a cabeça de cima doente, do que ter a de baixo, como a sua: imprestável;

-Eu sou muito macho, ta ouvindo?

-De ouvir eu já estou cansada. Quero é ver, sentir e comprovar. Menos papo e mais ação!

-Ah, ah, sentir? Na cama, o máximo que você sente, é o tempo passar;

-Mulher precisa de homem;

-E homem precisa é de mulher. Ora, que filosofia de botequim. Vou repetir: mulher!

-E quem é homem aqui?

-Eu sou muito homem. Você é que só pensa em estourar meu cartão de crédito, comprando estas bugigangas e quinquilharias aqui pra casa;

-Também com aquela mixaria de crédito que você tem, estoura logo. Fique sabendo que o crédito do cartão do marido da Lucinha é dez vezes maior do que o seu. E eles têm uns cinco!

-Eu quero que o marido da Lucinha vá pra...

-Olha seu desbocado, pára com esta mania de palavrões.

Um rotundo, silêncio, domina o ambiente que, logo é preenchido por uma rajada de choro daquela pobre mulher que entre uma "puxada" de catarro e outra balbucia:

-Seu ingrato, hoje é quatorze de maio, DIA DO SEU ANIVERSÁRIO...

-Quatorze... Meu Deus, meu amor, me desculpa!

E aí, começam finalmente, as acaloradas massagens bem mais amplas, generosas, quentes e avassaladoras. Que lindo! Entre soluços, tosses e espirros, ambos começam a ficar com os rostos, fartamente, lambuzados de lágrimas e salivas um do outro, quando de repente a porta do quarto se abre, o casal se cobre rapidamente, e aquele maravilhoso menino, orgulho e filho único do casal grita:

-Papai, sabe que dia é hoje?

-Sei meu adorado filho. É quatorze de maio, dia...

-Isso mesmo, dia de pagar minha escola! Tchau.

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