Estamos chegando perto do Natal, época de grandes preparativos
para a comemoração do nascimento do Menino Jesus. Alguns, esperam
apenas o Papai Noel, fartam-se de comidas e bebidas, trocam presentes e nem se lembram
quem é o aniversariante.
Penso que, mesmo sendo um pouco esquecido neste dia, Jesus
ainda se alegra pela confraternização dos “homens de boa vontade”, afinal todos
se abraçam, sorriem e festejam juntos.
O presente que era pra ser para o Menino Deus será entregue
para os familiares, amigos, colegas de trabalho e assim Jesus se sente
presenteado conforme Ele mesmo nos disse: “O que fizeres a um desses pequeninos
é a Mim que estarás fazendo”.
Fiquei meditando sobre a troca de presentes e me veio na
memória um caso não muito recente, mas que ficou marcado.
Há alguns anos atrás o arcebispo de outra arquidiocese veio até
nossa cidade em uma de suas raras visitas para rever e matar as saudades de um
amigo da sua cidade que se encontrava trabalhando aqui. Este amigo ficou
imensamente feliz e passou dias pensando em um presente que fosse agradar o tão
esperado visitante.
É difícil comprar um presente para surpreender alguém que ”já
tem tudo”. Por fim ele optou por uma garrafa do melhor e mais caro vinho que conseguiu
encontrar, providenciou uma linda embalagem que ele mesmo preparou com todo o
carinho e ofereceu o presente ao amigo, que agradeceu com muita educação.
Com o arcebispo vieram outros padres e por dois dias
passaram conhecendo as belezas do pantanal. Gostaram muito do lugar
especialmente por serem tão bem acolhidos pelo amigo.
No segundo dia, em meio a uma conversa informal na mesa do
café da manhã, o bispo displicentemente pegou o valioso presente que havia
ganhado e, na frente do amigo anfitrião, deu de presente a garrafa de vinho para
um dos padres que vieram com ele.
Nada se falou, mas algumas pessoas mais sensíveis puderam
perceber que ele tinha feito alguma coisa que não agradou.
À noite, o padre que havia presenteado o bispo com tanto
carinho comentou que sentiu certa desfeita pelo ato deselegante de seu amigo.
“Poxa, eu escolhi o vinho com tanto carinho e ele deu a garrafa pro outro sem
nem provar...”
A visita terminou, foram embora... a mágoa ficou.
Ah, os corações humanos!
Mas essa foi uma lição que eu já havia aprendido muito tempo
atrás com a minha amiga Miqui: “Quando ganhamos um presente não devemos dá-lo para
outra pessoa.”
É uma questão de respeito e
consideração com quem nos presenteou, muitas vezes com um objeto simples, mas colocando
nele seu próprio coração. Traduz a mensagem: “Eu lembrei de você com carinho.”
Se for algum sacramental, medalhinhas de Nossa Senhora, terços
e santinhos que nós católicos usamos para lembrar do Sagrado, então, será realmente
intransferível, pois contém a oração de alguém pedindo a proteção de Deus para
aquela pessoa em particular.
Mas sensibilidade aos sentimentos dos outros não é pra qualquer
um.
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