Não acredito totalmente na culpa exclusiva da serpente (Gn
3, 1. 4-5).
Simplesmente porque algumas mulheres são tão astuciosas que
superam em muito a dita cuja. Se mostram pseudo-submissas pra alimentar o ego
do carinha e ele, inflado de orgulho faz tudo o que ela quer. O pior é que os
homens gostam de mulheres assim, falsamente ingênuas, falsamente dependentes.
No paraíso, a abençoada da Eva (Gn 3, 6) descobriu só de
olhar para o fruto proibido que ele era agradável ao paladar e bom para
adquirir discernimento. Ah, tá, se dissesse que era bonito de se ver, tudo bem,
mas achar gostoso antes de provar? E ainda mais, bom “pras ideias”? Só se
caísse e rachasse a cabeça dela para entrar algum pensamento que prestasse. Mesmo
assim diz a sabedoria popular que era uma maçã e não uma jaca.
Então, como ninguém vai para o céu e nem para o inferno
sozinho, a bonitinha ainda deu um pedaço para o coitado do marido... E o trouxa
comeu (Ainda no versículo 6). Quando foram questionados por Deus, o cara botou
a culpa na mulher. Naquele tempo eles ainda não conheciam o companheirismo e a
cumplicidade.- Sentimento e atitude muito em moda hoje em dia, ou será que não?
- E a moça pra tirar o seu da reta entregou a cobrinha.
Resultado, perderam a vida boa, tiveram que trabalhar, etc,
etc...
Mas essa historinha é algo apenas ilustrativo, o ponto onde
eu quero chegar é o fato que as mulheres têm uma maneira muito singular de
conseguir o que querem e, se no final dá caca elas também já sabem em quem
colocar a culpa.
Estou dando essa volta toda, que os escritores chamam de
introdução, porque embora algumas atitudes sejam inerentes ao ser humano
independente de gênero, o tema que quero abordar é uma atitude específica das
mulheres.
A mulher sempre foi rotulada em comparação com o homem como o
sexo frágil, porém, se formos analisar os detalhes, não é bem assim.
Hoje temos exemplos da força da mulher inclusive na
presidência da república, coisa que já tínhamos visto anteriormente em outros
países com a “Dama de ferro”, ex-ministra britânica Margaret Thatcher, ou Elizabeth
II, Rainha da Inglaterra, entre centenas de outras mulheres que se destacam,
talvez aí mesmo na sua rua.
A mulher também tem o poder de fazer do seu homem um líder
respeitado e de sucesso, mas se não usar essa força para o bem pode acabar com
a vida dele em pouco tempo.
Inclusive acredito que foi pensando nisso que Paulo,
sempre Paulo, já dizia que o casamento não é um bom investimento (1 Cor 7,8). O
interessante é que ele nem era casado.
Bom, vimos no início que Eva, a primeira mulher, levou o homem
à perdição, porém temos uma verdade absoluta que nos reforça a esperança – toda vez que o homem se afasta de Deus, e isso
aconteceu muitas vezes no antigo e novo testamento e acontece ainda hoje – Deus
coloca em prática um plano “estepe” ou “Plano B” para resgatar a pessoa humana.
Quando a atitude de desobediência da Eva nos tirou do
paraíso, Deus começou a pensar em uma maneira de nos levar de volta.
Primeiro para evitar novas encrencas Deus pôs hostilidade entre a
mulher e a serpente, hostilidade essa que se estendeu a todas gerações (leia Gn
3,15).
(Será que é por isso que não gostamos de algumas cobras?)
Passou-se muito tempo e então quando Abraão teve fé suficiente
para lhe entregar seu filho Isaac, finalmente Ele (Deus) revelou seu plano de salvação: daria Seu único Filho em resgate de todos.
Passou-se mais um bocado de tempo, o tempo de Deus é
diferente do nosso, e certo dia, numa cidadezinha do interior da Galiléia, uma
jovem de nome Maria disse “Sim” para Deus, foi concebida pelo Espírito Santo e
deu a luz ao Redentor da humanidade. (Lc 1, 26-38; 2,7.11)
Pronto, a Nova Aliança se fez, somos Filhas e Filhos amados de
Deus. Mas agora a responsabilidade é maior.
Não podemos mais viver tendo atitudes de Eva, precisamos ser semelhantes a Maria na vida dos nossos homens; sejam eles namorados,
maridos, irmãos ou filhos.
Um dia eu li em Provérbios que “A mulher virtuosa é a coroa do seu marido; porém a que procede
vergonhosamente é como apodrecimento dos seus ossos” (Pr 12.4).
Ser
coroa do homem é estar no alto da sua cabeça e torna-lo respeitado, honrado e reverenciado. É ser ajudadora na missão concedida a ele.
Não
é se fazer de coitadinha ou dependente, submissa no sentido de não fazer nada e
esperar que venha tudo de mão beijada. Pelo contrário, é ser uma mulher virtuosa,
que trabalha na construção de um lar abençoado, onde todos se amam e amam a
Deus antes de qualquer coisa.
PS: Eu nem acho ruim quando meu filho ou meu marido me chamam de “coroa”, porque
eu sei qual a influência que eu quero exercer sobre eles e como eu quero edificar
a minha casa para que eles e eu possamos viver no paraíso.
Não
é fácil, mas é possível.