Quando era menina eu presenciei muitas cenas de tolerância do meu pai que ajudaram a me formar pra melhor convivência com as pessoas que eu amo.
Um dia minha mãe estava atarefada fazendo mil coisas ao mesmo tempo; nós mulheres temos muito disso, achamos que não vamos dar conta de terminar todo o serviço se não remontarmos afazeres e na realidade nunca terminamos mesmo, pois quando acabamos de lavar a louça do almoço, limpamos a casa e passamos a roupa já está na hora de fazermos o jantar e assim sucessivamente; mas neste dia em questão minha mãe dava ares de muito cansaço e acabou se esquecendo da panela no fogão. Quando colocou a comida na mesa o arroz estava todo grudado no fundo da panela.
Meu pai se serviu dizendo: “Eu adoro comer a raspa do arroz”. Eu não estava entendendo, o arroz estava literalmente queimado.
Depois do almoço, já a sós com ele eu lhe perguntei se era sério que tinha gostado daquela comida.
Ele apenas respondeu: Minha "fia", sua mãe estava realmente cansada e, além disso, arroz queimado não mata ninguém. Ninguém é perfeito e eu também não sou, mesmo se tentar nunca serei um marido, pai ou cozinheiro infalível.
O que temos que fazer é aprender a relevar as falhas do outro suprindo suas necessidades para que o relacionamento seja uma alegria e não um peso. Ela sempre vem em auxílio de minhas deficiências e eu procuro socorrer as dificuldades dela, assim nós dois nos completamos.
Então, "fiínha", se esforce para ser tolerante com os que dedicam um tempo precioso em seu benefício, sem reclamações ou mau humor.
As pessoas nunca vão esquecer se você fizer com que elas se sintam bem, muito menos se fizer elas se sentirem mal.
(Obrigada, MEL.)